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Odeio toda a gente

(um poema de amor)

 

Odeio os filhos da puta
Odeio os cabrões
Odeio o bicho da fruta
E os sonetos do Camões.

Odeio os políticos
Odeio o futebol
Odeio maciços graníticos
E a Maria Gabriela Llansol.

Odeio o fado
Odeio cantautores
Odeio ter dinheiro trocado
E a falecida Carmen Dolores.

Odeio quem diz
Odeio quem cala
Apetece-me partir o nariz
Ao odioso António Sala.

No fundo, odeio tudo
Sem apelo nem agravo
E agora fico mudo
Neste odiável desconchavo.

 
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